quarta-feira, 21 de novembro de 2012

AMOR, SUBLIME AMOR


- Benhê, você me ama mesmo?

- Amo, claro.

- Mesmo eu sendo mais velha do que você?

- Isso não tem nada demais, ué.

- É mesmo?

- Claro.

- Você me ama acima de qualquer coisa, de qualquer pessoa?

- Amo, acima de qualquer coisa e de qualquer pessoa.

- Você me ama... hum... acima até da sua própria vida?

- Eu daria a minha vida por você, minha santa.

- Hum... Você me amaria mesmo se eu perdesse todo o meu dinheiro?

- Com certeza, benzinho. Mas por que tanta pergunta assim?

- Bom... Você promete que não vai ficar bravo?

- Prometo.

- Bom, é que eu... perdi tudo o que tinha, amor. Minhas empresas faliram. Todas. Só me restaram dívidas.

- É?

- É, meu lindo. Mas isso não tem importância, né? Já que você me ama acima de tudo, até da minha grana...

- Amor...

- Hã?

- Pode deixar que eu te gosto de qualquer jeito mesmo.

- Jura?

- Juro.

 -E é por isso que hoje mesmo eu vou pros Estados Unidos ganhar bastante dinheiro pra gente poder se casar e viver com todo o conforto que você está acostumada.

- Sério, bem?

- sim.

- Você vai hoje mesmo?

- Vou. Estou indo agorinha mesmo pro aeroporto comprar passagem pro primeiro avião.

- Nossa, bem, que legal! Eu sabia que você me amava mesmo. Eu sabia que o fato de eu ter sessenta anos e você, vinte e um, não tinha importância nenhuma. Mas você volta, né, amor?

- Volto, sim. Com certeza.

- Quando, bem?- Bom, pelos meus cálculos, daqui a uns cinqüenta anos, minha santa...

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